25/07/08 - 01:44

Madrugadas, eu gosto de madrugadas. Acho muito mais agradável do que o dia ou a noite. Na verdade, acho que fico meio pirado para falar de madrugas. Fico achando que não estou na noite ou no “amanhã”, como se fosse uma zona de crepúsculo, ou algo louco que o valha. Acho que nasci com LSD do cérebro, que merda.


Demorei um bom tempo para chegar à uma conclusão significativa sobre o que eu escrevo: escrevo sobre merda nenhuma. Como se eu não quisesse dizer nada, apenas quisesse liberar uma variedade de pensamentos quase que já formulados na minha cabeça, mas que não quisesse dizer nada. Acho que isso que diferencia isso daqui de crônicas de caras fodas: não quero dizer nada nem criticar nada, estou passando para o real tudo que está no meu mental e estou pouco me fodendo pra procedência deste texto ou das críticas. Nas críticas: acho que a pior delas é a “tu escreve bem cara.”. Falei com um cara meio chupador de bolas. Ele disse tu escreve bem, e eu disse claro claro, como o resto dos desesperados tentando alguma coisa pra viver. Uma crítica dessas fode o cara, faz ele achar que escreve bem daquele jeito, e faz ele desandar e escrever de uma forma premeditada, para agradar as pessoas. Isso é horrível, acaba com um cara.


Acho que quem se preocupa com críticas muito seriamente não está descontente o suficiente para escrever com o coração. Escreve com o cérebro, achando que está causando impacto com aquela escrita, acho isso chato pra cacete. Acho esse tipo de gente chata pra cacete. Sou foda e escrevo bem pra caralho, sua opinião e a do resto do mundo não vão mudar isso, eles dizem. Foda-se, eu digo, não dou a mínima. E não dou mesmo, sou egoísta pra caralho. Não sou fã de ler o que os outros escrevem, ainda mais quando eles pedem. Salvo raras exceções, raríssimas exceções.


Eu poderia parar de escrever isso e dizer: um livro que vocês não devem ler porque é um lixo, mas o lixo aqui sou eu, nesse caso. Críticos, depois do trabalho chegam em casa e vão beijar sua mulher: uma enorme fatia de merda, e dormem na sua confortável cama: o vaso. Não preciso de alguém me dizendo o que ler, quais são as tendências e o que está em alta/baixa.


Tenho lido sobre existencialismo, fenomenologia e música contemporânea, e tudo parece se ligar magicamente, junto com surrealismo e cubismo. Tudo está ligado por mentes geniais que foram contra a corrente e hoje em dia me deixam deslumbrado, mas não por ser o objetivo deles. A maioria dos artistas só fazem o que gostam, não se importando com o povão que os aprecia, na maioria das vezes. Está na nossa cabeça essa loucura de procurar mensagens filosóficas e complicadas explicações sobre nem-nós-sabemos-o-que nas músicas do Stockhausen ou nas Ready-Mades do Duchamp. Está tudo na nossa cabeça, para variar, sempre está. É impressionante como cabem pensamentos valiosos no meio de tanta merda dentro das nossas cabeças...

1 comentários:

gmm disse...

eh cara!
como eu gosto de pensar. nem sempre tudo tem um motivo. é só curtir e apreciar.