24/11/08 - 22:11

A borboleta era delicada
a borboleta tinha um doce furor
e voando, naquele azul alado
procurava por amor.

O arredor era branco, tanto
não havia ida ou vinda
tampouco horizonte ao canto
era tudo tão branco ainda

Causando pequeno furacão
no ar machucado, sem odor
procurava uma mão
que trouxesse amor.

Até que ela pousou
era escuro, mas ela ousou
era feio em essência
procurava em meio a feiura
algum fiapo de decência
em um tecido cheio de amargura

Então veio a notar
que não adiantava nada procurar
e tentou ir embora
não conseguiu, tentou tanto
não mais via horizonte agora
só via aquele branco de manto

O amor não era vago
e o néctar, quase ledo
o amor era amargo
e o néctar, azedo.

De repente, tentando fugir
daquela solidão sem fim
mãos a fecharam sem rugir
e por um momento pensou que enfim
havia encontrado lá ao alto
algo que fizesse valer o salto

Mas, fique sabendo
na verdade era uma mão
que ficara lhe moendo
enquanto ela voava em vão
pela sala de estar, morrendo...

1 comentários:

gmm disse...

Isso esta além da minha compreensão.