04/12/08 - 21:40

Humanidade. Pode-se dizer que você nunca teve, ou que nunca esteve lá, desde o começo. Realidade não. A realidade estava ali, ela sempre vai estrar. Realidade. Uma palavra de quase impacto, costuma mostrar tudo aquilo que não queremos vez, na maioria das vezes:

Era um cara legal, jovem. Mas isso não quer dizer que ele não era chato e velho. Não sentia nada, tristeza ou felicidade, e dizia que isso era muito pior. Era como uma árvore seca e velha na estrada. Tão impactante quanto uma. Tão memorável quanto uma. A noite corria devagar e a rotina mais do que nunca parecia ser uma grande muralha de concreto, sem suavidade ou nem um pouco doce. O maior dos movimentos não a tiraria dali.

A realidade é como uma porta. Uma porta pela qual você nunca vai passar. Talvez ela deixe você olhar pelo olho mágico, com um tempo. E você vai olhar. Então ela vai perguntar se você gosta e você dirá que sim, como uma criança hipnotizada por um pirulito. Então tudo sumirá e você voltará e ficará lá, olhando absolutamente nada. Nada sobra.

Chegou em casa com o mesmo tom de neutralidade de sempre. Sentou-se no sofá e olhou para o nada por alguns momentos. Apenas os olhos do gato brilhavam, noturnos e belos, mas ainda assim não pareciam dizer nada. A sinceridade fora perdida, e não há nada para ser procurado em um noite como aquela, nem como a de ontem, ou a de anteontem. A verdade está sentada ao seu lado, sorrindo para ele.

Se transar é uma forma de chutar a morte e dizer que há odeia, sangrar os pensamentos é uma forma de fazer tudo isso e jogar uma pedra na cara da realidade. Mostrar que alguma coisa é possível e nem tudo está perdido. Ainda.

De repente acendeu a luz. Colocou um disco para tocar. Não se sentia tão mal.

1 comentários:

Roberta Albano disse...

Nossa!
ótimo o texto.
a descrição é bastante envolvente.
Ela não acontece a parte ao leitor
é como se a gente se misturasse no texto...