25/05/09 - 22:01

Caiu no chão. Batia em seu vestido azul em uma tentativa vã de limpar toda aquela poeira encrustada na queda. Curiosa, pensava onde estava. Estava perdida? Encaracolava uma das mechas do cabelo loiro enquanto fazia-se perguntas de onde estaria. Se levantou e começou a caminhar pela rua, desnorteada, procurando por alguma coisa que pudesse compreender, mas tudo parecia brilhar em meio à sujeira e pessoas. E que pessoas! Pareciam tão enfadonhas e espantadas ao mesmo tempo com a presença dela. Como se nunca tivessem visto uma pequena garotinha em um vestido azul antes. Tudo bem, estava um pouco suja, mas ainda assim, pelo menos 80% apresentável. Ainda assim, fitavam-na com espanto. Um espanto que quase fugia, perdido na tristeza nos olhos daquelas pessoas.

O sol parecia brilhar no céu um pouco nublado. Garotinhas do seu tamanho passavam por ela, fitando-na com um misto de curiosidade e admiração. Ela tentava fazer trejeitos e agradecer, tentando parecer o mais comportada possível, mas pobre pequena, tropeçou em uma pedra enquanto caminhava. Ergueu-se, torcendo para que ninguém tivesse visto aquilo. Que ridículo! Uma menininha comportada como ela não podia cair assim em meio às pessoas. No começo, achou que realmente, ninguém havia visto, mas depois parou de iludir-se, e entristeceu-se com o fato que acabara de constatar: encontrava-se em um país de desgraças onde ninguém ria.

encontrava-se aqui.

1 comentários:

isadora machado disse...

o que é o super ego nos dias de hoje.. nem as pobres menininhas de vestido azul escapam do medo da vergonha.. ahhaha e que jeito de escrever mais braga nisso dai!