28/09/09 - 02:35

não, a vida não é boa, ela raramente é, raramente te mostra o lado bom dela, e deixa tu te aproximar aos poucos, como uma mulher sedutora o faria, e elas sabem fazer isso de forma categórica, e quanto tu finalmnte consegue chegar perto o suficiente pra tocar, pra sentir um pouco de calor uma vez pra variar, ela escapa em pequenos risinhos, de olhos fechados e com a mão na boca, pra depois te olhar com uma cara de inocente, como se não tivesse feito nada, pra então recomeçar. eu não me sinto exatamente triste, mas não tenho grandes motivos pra estar feliz. eu acho que na verdade isso tanto faz. de repente aprendi a não ligar mais pras coisas, sério. uma delas veio aqui hoje, e me encheu o saco, como todas elas fazem, porque quando não estão sendo sedutoras, elas servem apenas pra te encher o saco e nada mais. ela me torrou a paciência e foi embora, mas de uma certa forma eu não ligava, eu não queria saber daquilo ali. não era mais a minha praia. e por um momento isso me fez sentir incrivelmente bem. irônico, não? quanto menos a gente sente, mais feliz vai ficando. quando ela foi embora eu simplesmente fechei o portão e voltei pra casa, como se tivesse aberto a porta pra qualquer estranho, não tinha nada de especial.

eu sou constantemente atacado por crises de má sorte, especialmente crises de má sorte que lidam com o campo dos sentimentos. no meu caso, na verdade, não é um campo: é um abismo. e é tão profundo que é que nem um daqueles do super mário, que se tu cai, morre antes mesmo de atingir o chão. é cômico e triste ao mesmo tempo, é quase uma comédia grega. eu liguei pra mãe de uma delas hoje e disse tudo que eu queria dizer, ou tudo o que precisava ser dito e... bem, ela vai provavelmente ler isso, vamos fingir que é um conto, e que eu – no caso o interlocutor – sou na verdade um personagem, em um capítulo de um livro, escrevendo uma carta ou fazendo um monólogo sobre si mesmo, mas não é o braga, apesar de que hoje mais do que nunca eu tenho certeza de que é o braga. enfim, tudo o que precisava ser dito. sim. isso não fez nenhuma diferença, eu acho que ainda serei ignorado e cortado fora da existência dela. antes o problema era a mãe, agora é eu. mentira, acho que sempre foi eu.

tem um anel no meu dedo com as palavras “forever love” e dois bonitos coraçõezinhos posicionados carinhosamente entre as palavras. sim sim, pode rir, eu espero. já riu? ah, ainda tá rindo? tudo bem. enfim, como eu ia dizendo: que grande porcaria não? eu não sei por que eu estou usando isso. acho que porque um lado de mim acredita que alguma coisa pode dar certo e que um pôr-do-sol muito belo vai vir e eu vou saltitar de volta pra casa, cantando a música romântica mais linda que eu conheço super alto. a segunda parte – e a que eu costumo acreditar – simplesmente acha que é estiloso, e a terceira parte já não liga. eu pediria a opinião da quarta, mas ela está em coma faz um tempo, ou simplesmente hibernando, ou talvez eu esteja ficando maluco mesmo e deva ir dormir. e tu também.

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