23/01/10 - 23:38

Pequeno ensaio sobre o vento.

Folhas no chão de outono de uma praça, levadas para longe de suas árvores como adolescentes saem de suas casa, felizes por saírem e tristes por saírem. Casais apaixonados, experimentando do gostoso suco do amor. A inspiração de um poeta e seu gato preto, sentado ao lado da lamparina com olhos entreabertos, confortavelmente deitado, segundos antes de expelir uma bola de pêlos. homens sentados às mesas de bares, celebrando a vida e o espaço no mundo que lhes foi doado. Sacolas ao chão, levadas pelas bordas das sarjetas úmidas. Cachorros brigando pelo último pedaço de carne doado pelo bom e solitário senhor, que passa seus dias sentado em bancos, desde o dia em que sua querida companheira o abandonou. Sons de piano e violinos de jovens garotas dançando ao ar, como lindos casais, fazendo do céu seu palco, e dos ouvidos humanos, sua platéia. Homens, mulheres e crianças adormecidos pelas ruas, tapados com tudo aquilo que podem achar, incluindo papel. As paredes, as grandes construções humanas, o concreto, a humanidade. Tudo visto e revisto em forma de ciclo, até o momento de se transformar, até o momento de parar.

2 comentários:

Verônica disse...

olá, moçoilo.
te vi na comunidade das letras da ufrgs, tu é de lá mesmo?
gostei muito do que li por aqui.
um beijo

Braga disse...

desculpa levar um ano pra responder isso, duvido que tu leia, mas eu sou sim, apesar de não escrever muito aqui.

te procurei e não consigo te achar.

beijo.