07/08/08 - 22:07

Registro de sonhos loucos que tive quando criança e lembro até hoje:

É um dia de semana, terça ou quinta feira, não é sexta feira, nem segunda, parece muito com meio de semana. Devem ser umas quatro da tarde, quatro e meia, estou deitado na cama da minha mãe, no quarto da minha mãe. Então ela chega, está de calça jeans e com uma blusa azul. Deita-se na cama, cai com os braços estirados para cima, ela quer dormir. Faço silêncio, apenas observo tudo. De repente ela cai no sono, noto os pêlos raspados nas axilas, as marcas, com o batom já gasto e o pescoço levemente suado, não está molhado, apenas gelado de suor. Então ela adormece mesmo e eu fico a observar. As janelas estão fechadas e faz uma tarde de sol, muito agradável, embora quente. Então, como se não fosse surpresa ou algo, as paredes começam a tremer, poeira começa e levantar e minha mãe continua adormecida como se aquilo não a incomodasse de forma alguma. Eu não tinha motivos para me preocupar: era apenas a manada de rinocerontes passando pelo corredor ao lado do pátio do meu apartamento.

Quero buscar um brinquedo no depósito do apartamento. Vou lá, é um lugar sujo, cheio de baratas e artrópodes nojentos que me dão medo e me fazem ficar olhando para chão só de imaginar. Não lembro que brinquedo quero pegar. Minha mãe e minha avó estão no pátio, sentadas em cadeiras de praia, tomando chimarrão, conversando e tirando fotos com um filme de algumas poses. Entro no quartinho, que fica à direita do corredor. Um pouco antes do banheiro, onde fica a máquina de lavar roupa. Elas conversavam e eu as podia ouvir rindo enquanto procurava com pressa o maldito brinquedo, com medo de encontrar uma barata ou algo do gênero por ali. Eis que acho o brinquedo, vou me mandar dali. Chego ao corredor e ele parece maior do que nunca, parece quase interminável. Começo a ir para o pátio, mas não saio do lugar. Olho para trás e uma criatura de pele verde e cabelos roxos está sentada na máquina de lavar roupa, com um sorriso e estacas de madeira, me observando e rindo. Tento correr e não saio do lugar. Ela sai de cima da máquina e vem na minha direção, mancando, corcunda, apavorante e grotesca...

1 comentários:

gmm disse...

teus sonhos me lembram alguns meus.
onde nada do que eu queria acontecia... parece a vida.